segunda-feira, 21 de março de 2011

Diego Souza marca, Trem-Bala do Vasco bate o Botafogo e é líder


Camisa 10 faz o primeiro na vitória por 2 a 0, que teve Eder Luis, autor de golaço, como destaque. Time é líder do Grupo A e passa Bonde do Fla


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou do clássico do Engenhão no seu discurso no Theatro Municipal. Lembrou que torcedor carioca costuma, no domingo, ir ao estádio curtir a sua paixão por futebol, e não ver político. O chefe de Estado americano parecia adivinhar que a partida seria das boas. Só que quem saiu feliz foi o Vasco. O time, que tem empolgado a torcida na Taça Rio depois do fiasco da Taça Guanabara, conseguiu superar a chamada Muralha do Botafogo. Apesar da falta de ritmo de jogo, o novo camisa 10, Diego Souza, estreou com brilho. Marcou um gol e abriu o caminho para a vitória por 2 a 0 - Eder Luis, melhor do time, marcou o segundo, num golaço - que fez o Trem-Bala passar o Bonde sem Freio do Flamengo e assumir a ponta do Grupo A do segundo turno do Campeonato Carioca. Agora, o time está com nove pontos, junto do Boavista, mas leva a melhor no saldo de gols. Pela primeira vez no ano o Vasco é líder.


Do lado alvinegro, a derrota nem tirou o time da liderança do Grupo B, também com 9 pontos. Mas deixou o Olaria encostado na tabela, com a mesma pontuação, e reabriu feridas. Como a da torcida com o técnico Joel Santana. Irritado com a postura defensiva do time, passou a vaiar o treinador e xingá-lo de "burro". Ainda por cima, quando o treinador discutia com o árbitro, pediu a sua expulsão. Joel saiu de campo aborrecido e discutindo com alguns torcedores. E, na saída do campo, o atacante Loco Abreu, que já teve problemas com o comandante, preferiu não comentar o esquema tático, para não ser mal-interpretado.
Vasco e Botafogo voltam a campo no próximo fim de semana, pela quinta rodada da Taça Rio. O Glorioso encara o Macaé, no Moacyrzão, no sábado. No dia seguinte, o Gigante da Colina enfrenta o Fluminense, em mais um clássico.
O primeiro tempo mostrou uma superioridade vascaína traduzida de cara pela postura tática da equipe desde o início. Não que o Botafogo não tenha assustado. Mas Ricardo Gomes deixou claro que manteria o esquema ofensivo bem-sucedido nos últimos jogos. E o torcedor que foi ao Engenhão não teve motivos para reclamar: viu bonitos lances. E um goleiro Jefferson inspirado, ainda que tenha falhado em duas saídas de gol.
Sem Fágner, suspenso, o técnico Ricardo Gomes escalou o meia Allan improvisado na lateral direita. Com isso, Rômulo seguiu no meio-campo. E Diego Souza estreou na vaga de Elton. Do lado do Botafogo, Joel Santana manteve Márcio Azevedo na lateral esquerda e Somália na meia cancha. Era bom esperar com um bom bloqueio o que ficou nítido desde o início da partida: o Vasco  com a iniciativa do ataque. E logo aos dois minutos, o time cruz-maltino deu o primeiro susto num centro pela direita. Jefferson, nornalmente seguro nas saídas, dessa vez foi mal e espalmou a bola na cabeça de Eder Luis, que não esperava a sobra e mandou mal, para fora.
Se o primeiro lance de perigo do Vasco ocorreu mais pela falha do goleiro alvinegro, o segundo mostrou que o time queria incomodar com meio-campo mais arrumado e bom toque de bola, puxado sempre por Felipe. Era a saída para furar o forte bloqueio alvinegro. Foi assim no primeiro lance bonito da partida, quando Bernardo, a sensação vascaína das últimas partidas, lançou nas costas da marcação adversária para Eder Luis avançar rumo ao gol. Dessa vez, o atacante encontrou o Jefferson habitual, muralha. Saiu bem e salvou o Alvinegro com boa defesa.
Botafogo no contra-ataque
Com o estreante Diego Souza mostrando mais vontade do que a costumeira técnica, o Vasco dava as cartas nos primeiros dez minutos. O Botafogo vinha com a costumeira tática da prancheta de Joel: time compactado, marcando bem, à espera da hora certa de dar o bote. Por pouco Arévalo conseguiu aos 11, ao matar e bater de fora da área um rebote de Dedé. A bola raspou a meta de Fernando Prass, que se esticou, mas não chegaria na bola. O lance de perigo deu um gás a mais à equipe. Outro bom lance agitou a torcida alvinegra: Herrera recuou para dar um toque por cima para Loco Abreu. O uruguaio pegou como a bola veio, de prima, mas bateu por cima.

Do lado cruz-maltino, Diego Souza começava a se soltar mais. Mexia-se melhor pelos lados do campo. E foi num desses deslocamentos que, por uma fração de segundo, poderia ter aberto o placar. Eduardo Costa dominou pela meia direita e chutou bola rasteira cruzada na área para o camisa 10, que ainda se esticou de carrinho para bater de perna direita. Mas a bola saiu.
Àquela altura, o Vasco já recuperava o domínio da partida. O Botafogo tentava surpreender nos contra-ataques contando com inspiração do solitário Everton na armação. Em uma jogada de ataque do time, Dedé levou vantagem, matou a bola no peito e ela tocou na mão. O árbitro interpretou como toque involuntário. Loco Abreu reclamou e levou cartão amarelo.
Jefferson brilha
A partir dos 30 minutos, o domínio do Vasco ficou mais evidente. O time explorava melhor as laterais. Principalmente com Ramon, que lançou Eder Luis. Mais uma vez, Jefferson fez defesa sensacional. Ali, o goleiro já era o destaque da partida. Voltou a brilhar logo na jogada seguinte, na cobrança de escanteio, quando Anderson Martins subiu melhor e testou firme, para nova defesa difícil, à queima-roupa.
O jogo cresceu em emoção. O Botafogo, com pouca criação no meio, procurava reagir no talento da dupla que tem na frente. E numa disputa de bola aérea, Loco Abreu levou a melhor para tocar na medida para Herrera. O atacante girou com categoria e mandou a bola para as redes, mas a arbitragem marcou impedimento duvidoso, aos 37 minutos.
A partida manteve o ritmo pegado até o fim do primeiro tempo. Ramon, bem pela esquerda, ainda arriscou de fora da área, com perigo, e Diego Souza, visivelmente sem ritmo de jogo, cabeceou para fora um centro da direita de Eder Luis, destaque do time. Na saída de campo, o camisa 7 reclamava de pênalti sofrido e de xingamento de um dos auxiliares da partida.
Bonitos gols
No segundo tempo, houve uma inversão. Joel tentou soltar mais o Botafogo. Com menos de dez minutos, o tímido Lucas e o vaiado Somália já haviam arriscado de fora da área - tudo bem que para fácil defesa de Fernando Prass. O time forçava o ataque, ainda que, pelo lado esquerdo, contava com um Márcio Azevedo muito inseguro para subir. O Vasco, mais recuado, agora fazia o papel de malandro à espera do momento para dar a tacada final. Sempre puxado por um inspirado Felipe.
O camisa 6 vinha de trás driblando. Numa de suas jogadas, serviu Ramon na esquerda. O lateral chutou com violência, a bola desviou na defesa e encobriu Jefferson, que rezou. Teve sorte. Raspou a trave. Mas, três minutos depois, não houve jeito. O estreante Diego Souza levou a melhor. Após lançamento de Bernardo pela direita, o novo camisa 10 vascaíno aproveitou-se da indecisão de Márcio Rosário e João Filipe para levar vantagem sobre os dois zagueiros, dominar a bola, cortar para o meio e bater sem defesa, rasteiro, à esquerda de Jefferson, que saiu mas nada pôde fazer. Na comemoração, os jogadores ainda deram cambalhotas.
O Trem-Bala vascaíno tinha o domínio total. Desesperado, Joel fez duas mexidas de uma vez só: trocou os laterais Lucas e Márcio Azevedo por Marcelo Mattos e Caio - Somália acabou deslocado para a lateral esquerda. Não deu certo. O Vasco sobrava tanto que ainda teve direito a golaço. Aos 25, após cobrança de escanteio de Bernardo, Dedé escorou de cabeça. A bola sobrou na esquerda para Eder Luis, que, numa meia-bicicleta, mandou para as redes, sem defesa para Jefferson. Na comemoração, o Trem-Bala e as cambalhotas enlouqueceram a torcida vascaína.
No banco, Joel também enlouqueceu do lado alvinegro. Sacou Everton, único que tentava criar, para pôr Alex. A torcida não perdoou. Aos gritos de "burro!", mostrou a desaprovação com a mudança. E tinha razão. Não adiantava ter Caio, Herrera e Loco Abreu na frente sem garçom.
Do lado vascaíno, Ricardo Gomes tirou Eder Luis, destaque do time - mas cansado - para pôr Leandro. Com o Botafogo mais aberto, sobrava espaço para ampliar o placar. E Bernardo podia ter sacramentado a vitória, não fosse fominha na jogada em que bateu para defesa de Jefferson. Pouco depois, acabou punido com a substituição - entrou Felipe Bastos.
O tempo passava, e Joel Santana ficava mais desesperado. Ao reclamar de marcação da arbitragem, acabou expulso. E saiu vaiado pela torcida, que fazia coro pedindo sua expulsão. No fim, Diego Souza saía substituído sob aplausos: o novo herói estreava com o pé direito, já líder.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Torcida cria movimento para evitar a venda de Dedé no meio do ano


Vascaínos lançam um perfil no Twitter para sensibilizar a diretoria. Zagueiro diz que permanência depende do clube


O moral de Dedé com os vascaínos não para de crescer. Ciente de que o zagueiro e ídolo será alvo das propostas do futebol europeu na próxima janela de transferências, a torcida criou no Twitter o perfil "Não se vende Dedé" (twitter.com/naosevendedede), com o intuito de tentar mobilizar a diretoria para evitar uma negociação. Além do clube, os torcedores querem sensibilizar o próprio zagueiro e fazer com que ele fique mais tempo no Vasco. Com menos de uma semana, o perfil já é seguido por mais de 1.300 vascaínos e o número não para de aumentar.
Pelo menos por enquanto, a torcida pode ficar tranquila. A diretoria garante que todas as especulações até o momento não têm qualquer fundamento. Dedé tem mais quatro anos de contrato com o Vasco e a multa rescisória gira em torno de € 4 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões). E o clube, que junto com o Villa Rio divide de maneira igual os direitos econômicos do zagueiro, não pensa em negociá-lo por menos.
Dedé já foi sondado por clubes do futebol italiano, alemão e japonês. A imprensa italiana, inclusive, dá como certa a sua transferência em julho. O Genoa é o clube especulado. No entanto, o diretor de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, garante que nenhuma das sondagens feitas até o momento se tornou uma proposta concreta.
- Ele tem contrato com o Vasco por mais quatro anos. Esta é a realidade. O resto, até agora, é tudo especulação. Não recebemos nada, e caso algo se concretize vamos analisar o que for melhor para todas as partes envolvidas - explicou.
Dedé se mostrou feliz com a mobilização dos torcedores. Ele agradeceu o carinho e o apoio que recebe em todos os jogos e garantiu estar com a cabeça totalmente voltada para o clube. Mas ao mesmo tempo deixou claro que a sua permanência depende muito mais do próprio Vasco do que dele mesmo, por causa da projeção que ganhou, principalmente após o prêmio de melhor zagueiro pela direita no Campeonato Brasileiro do ano passado.
- Eu me senti lisonjeado com mais esta manifestação de carinho da torcida, que criou um movimento pedindo minha permanência. É motivo de orgulho, mas venho mantendo uma regularidade e é natural que propostas apareçam. A continuidade da minha história aqui depende muito do Vasco. Eu quero ficar - afirmou o camisa 26.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Vasco anuncia oficialmente a contratação de Alecsandro


Site do clube divulga foto do atacante ao lado de Roberto Dinamite


O Vasco anunciou de forma oficial a contratação do atacante Alecsandro, que estava no Internacional. O jogador desembarcou nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, assinou contrato de três anos e será apresentado à imprensa no fim da tarde.
- Passei por vários clubes e sempre dei minha contribuição com gols, o que é muito importante, já que sou atacante. Estou feliz em estar aqui e espero aumentar a minha média de gols jogando aqui no Vasco - disse Alecsandro ao site oficial do Vasco.
Alecsandro se encontrou com o presidente do clube, Roberto Dinamite, e posou para fotos ao lado do dirigente. Ele espera conseguir se inspirar no faro de gols do ex-jogador e eterno ídolo vascaíno.
- Tive a felicidade de conhecer o presidente pessoalmente e brinquei com ele, dizendo que quero conseguir fazer 20% dos gols que ele fez. Falei brincando, mas é uma brincadeira séria para tocar no manto e fazer com que ele passe tudo de positivo na vida e na carreira para mim. O presidente tem uma história muito grande no clube, com gols e títulos. Representa muito para o Vasco e para mim é um ídolo, uma pessoa que tenho como referência.
Ficha técnica do jogador:


Nome: Alecsandro Barbosa Felisbino
Nascimento: 04/02/1981 (30 anos)
Local: Bauru (SP)
Altura: 1,83 m
Clubes:
1997 a 2001 - Vitória-BA (base)
2001 a 2003 - Vitória-BA
2003 a 2004 - Sport-PE
2004 a 2005 - Ponte Preta-SP
2005 - Vitória-BA
2005 a 2006 - Cruzeiro-MG
2006 - Sporting-POR
2007 - Cruzeiro-MG
2008 a 2009 - Al Wahda-EAU
2009 a 2011 - Internacional-RS
Títulos:
1999 - Copa Nordeste - Vitória
2000 - Campeonato Baiano - Vitória
2002 - Campeonato Baiano - Vitória
2003 - Campeonato Baiano - Vitória
2005 - Campeonato Baiano - Vitória
2006 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro
2007 - Copa de Portugal - Sporting
2009 - Campeonato Gaúcho - Internacional
2009 - Copa Suruga - Internacional
2010 - Copa Libertadores da América – Internaciona


Retirado: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2011/03/vasco-anuncia-oficialmente-contratacao-de-alecsandro.html

quarta-feira, 16 de março de 2011

Vasco acerta a contratação do atacante Alecsandro

Após duas tentativas, o Vasco acertou nesta quarta-feira com o Alecsandro, que estava no Internacional. O atacante chega a São Januário para substituir Marcel, que deixou o clube na última semana. O diretor de futebol do clube carioca, Rodrigo Caetano, esteve reunido nesta tarde com representantes do jogador e do Colorado, em Porto Alegre, para concretizar a negociação. O atleta assinará contrato de três anos. O objetivo é conseguir inscrevê-lo a tempo no Campeonato Carioca. O prazo termina nesta quinta-feira.


Alecsandro desembarca no Rio de Janeiro na sexta-feira para realizar exames médicos. No início do ano, o Vasco já havia tentado trazer jogador, mas a negociação não evoluiu porque o Internacional considerou baixa a proposta feita. Os valores não foram revelados, mas especula-se que o Cruz-Maltino não aumentou a proposta de 1 milhão de euros, cerca de R$ 2,4 milhões. A composição financeira vai envolver a segunda parcela da negociação de Zé Roberto entre os clubes. O Vasco teria de receber R$ 1,5 milhão em duas parcelas, mas até o momento só recebeu a primeira. A segunda será abatida.
O vice de futebol do Internacional, Luís Anápio, confirmou o negócio. O dirigente fez questão de elogiar o atleta, mas afirmou que o alto salário que recebia influenciou na saída do atleta:
- É um jogador inquestionável. Porém, recebia um salário muito alto. Foi bom para o clube e para o atleta - disse o dirigente, ao Clic RBS.
Com a contratação do argentino Fernando Cavenaghi, no início do ano, Alecsandro não vinha sendo aproveitado pelo técnico Celso Roth no Internacional.

Tirado:  http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2011/03/vasco-acerta-contratacao-do-atacante-alecsandro.html

Com estrelas, Vasco se prepara para o Mundialito de Futebol de Areia

Com Junior Negão na coordenação e Jorginho e Betinho em quadra, equipe tenta o título do torneio, que será disputado em São Paulo, no fim deste mês

O Vasco montou uma equipe de futebol de areia para a disputa do Mundialito de Clubes, que será realizado entre os dias 19 e 26 de março, em São Paulo. Na manhã desta terça, o time do técnico Gilberto da Costa, que já foi preparador físico da Seleção Brasileira, fez mais um treino na praia do Leme.
A equipe vascaína conta com nomes de grande sucesso do futebol de areia, como Betinho, tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira; Jorginho, terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira com 285 gols e Bruno Xavier, escolhido o melhor atleta do Italiano de 2010. O coordenador da modalidade no clube é o multicampeão Junior Negão, ex-capitão do Brasil.

Tirado:  http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2011/03/com-estrelas-vasco-se-prepara-para-o-mundial-de-beach-soccer.html

terça-feira, 8 de março de 2011

Meu Jogo Inesquecível: a idolatria de Fátima Bernardes por Dinamite

Apresentadora do 'Jornal Nacional' não se esquece da volta do camisa 10 ao Vasco, quando ele marcou cinco gols num 5 a 2 sobre o Corinthians

Uma paixão hereditária. Amor transmitido de pai para filha. Ou corrente que deve ser preservada para o bem-estar da família. Estes são três dos muitos motivos do carinho incondicional de Fátima Bernardes pelo Vasco. Um passatempo da infância, que ganhou corpo na vida adulta e se transformou numa bandeira da apresentadora do "Jornal Nacional".
Escudeira do pai quando criança, a jornalista tinha a missão de escutar os duelos do time cruz-maltino e informá-lo sobre o placar. Não só desenvolveu técnicas para amenizar a ansiedade de um de seus melhores amigos como se encantou pelo Gigante da Colina.

- Sou vascaína por causa do meu pai, que é fanático e fica tão nervoso e desesperado com os jogos a ponto de não conseguir assisti-los. Lembro de ouvir as partidas no radinho desde pequena. Quando o Vasco estava ganhando por três gols de diferença, eu entrava na sala e contava o resultado para ele. Era o jeito de aliviá-lo da tensão. Mas, se a partida estivesse empatada, não podia nem ouvir radinho em casa. O engraçado é que ele conhecia os vizinhos vascaínos. Logo, se ninguém fizesse barulho é porque o nosso time estava perdendo - recordou.
Se faltava algo para fortalecer a paixão pelo Vasco, Fátima Bernardes passou a enxergar Roberto Dinamite como um porto seguro. De ídolo, o camisa 10 virou sinônimo de esperança. E nem quando deixou o clube para atuar no exterior perdeu espaço no coração daquela torcedora. Pelo contrário, o retorno do atacante ao Brasil foi mais do que especial. Tornou-se inesquecível para a apresentador.
- Sempre fui fã do Roberto Dinamite. Então, meu jogo preferido foi a volta dele ao Vasco, depois de ele ter ido jogar no Barcelona. A partida terminou 5 a 2, com cinco gols do meu ídolo. Não estava preocupava se ele tinha ou não se adaptado lá fora. O importante é que o Roberto havia retornado. Acho que nem ele, na melhor das expectativas, poderia prever que ia marcar tantos gols em um só duelo. Foi inesquecível - afirmou. Sendo assim, ela isenta o agora presidente vascaíno pela decadência do clube nos últimos anos.
- O Roberto está demorando a colocar o time para frente. Talvez porque falte dinheiro e devido às dificuldades de conseguir patrocinadores. Mas não o culpo pelo fato de o Vasco ter caído. Já era para ter sido rebaixado antes, o time vinha se arrastando e com muitos problemas. Ele recebeu o Vasco falido. O clube não respeitava a imprensa. Era uma dificuldade entrar e trabalhar lá. Isso envergonhava. O Vasco sempre foi um clube que se orgulha de ter colocado pela primeira vez um negro na equipe, com mil histórias no seu passado, mas com um presente de arrogância e intolerância que não combinava com a instituição nem com a torcida. Nesse caso, o fato de ter sido rebaixado não é nada - comparou.

Fátima Bernardes lamenta não poder frequentar os estádios. A vida corrida dificulta maior fidelização ao time. No entanto, um dos maiores sonhos dela é ver um título num dia em que esteja presente no Maracanã.

- Nunca vi o Vasco ser campeão no Maracanã. Vai custar, né, amigo? Agora vou ter que esperar até 2014, porque o Maracanã está fechado. Não é nem pela atual fase. Eu já estava querendo ver (esse título) em qualquer lugar. Podia ser lá na Rua Bariri, que estava bom. Não está rolando, mas eu sou otimista - brincou.

Rivalidade com o marido William Bonner

A jornalista conta como é assistir aos jogos ao lado do marido William Bonner. Apesar de ambos se respeitarem, existe uma certa rivalidade, principalmente quando Vasco e São Paulo se enfrentam.
- Cada um torce ferrenhamente para o seu time, só que o William fica mais quieto. Já eu torço mais para fora. Aliás, quando ele tenta se manifestar, eu digo que está secando. No fim levamos tudo na brincadeira. Um respeita o outro. Quando o Vasco não joga, torço para o São Paulo ganhar. Mas quando esses dois times se enfrentam, nada de ficar em cima do muro. Quero que o meu sempre vença - disse.

Preocupada com o desempenho ruim do Gigante da Colina nos últimos dez anos, Fátima Bernardes reconhece que está perdendo terreno em casa. Se antes os três filhos dela eram cruz-maltinos, agora pensam em debandar para o Tricolor paulista.
Eu estou triste porque as três crianças eram vascaínas, mas parece que o Vinícius não está resistindo à pressão. Estou firme e forte, só que é difícil. Agora ele diz que é são-paulino. Acho que não aguentou essa fase. Os meus filhos nasceram num ano muito legal, em 1997, quando o Vasco foi campeão brasileiro. Na época, até ganharam uma camisa autografada do Juninho Pernambucano.

Por outro lado, a apresentadora do "Jornal Nacional" tenta separar o passado de glórias da história recente vascaína. Motivos não faltam para ela crer que o clube está preto da redenção, a começar por uma das músicas preferidas dos torcedores.

- O fato de o Vasco ser marcado como o time da virada é um conforto para um torcedor que começa a ver um jogo e a equipe dele sai perdendo. Eu sempre tive esse estímulo para acreditar na vitória.

Jornalista se preocupa com a escassez de ídolos em São Januário

No entanto, Fátima lembra que o Vasco precisa se revigorar e, para isso, formar expoentes. Na opinião dela, não basta atrair craques. É necessário encontrar jogadores com a cara da instituição e da torcida.
- Tem que ter um ídolo de novo. Não podemos abrir mão de um homem de referência no Vasco. O último que tinha identidade com o clube foi o Juninho Pernambucano. Nós tivemos grandes nomes, como o Romário, mas que passaram por muitos clubes. Isso dificulta para um garoto, por exemplo, formar opinião. Às vezes, uma criança gosta mais de um determinado jogador que ainda não tem uma ligação forte com o clube - ponderou.

A paixão da apresentadora pelo Vasco é tão grande que contagiou a sua irmã mais nova. Ela conseguiu mudar o time da caçula da família na base da persuasão.
- Tinha uma irmã que era botafoguense por causa da minha mãe. Mas a gente sentiu que ela queria trocar de time. Então, eu disse para ela que naquela idade era comum mudar de clube. E aí ela passou a ser vascaína - recordou.

O jogo inesquecível
O dia 4 de maio de 1980 ficou marcado na memória de Fátima Bernardes e da grande maioria dos vascaínos. Foi quando um dos maiores ídolos do Vasco, o atacante Roberto Dinamite, retornou do Barcelona após três meses longe da Colina. Ele foi o destaque do clássico Vasco x Corinthians, no Maracanã, pelo Brasileirão. Balançou a rede cinco vezes nas seis oportunidades que teve e garantiu o goleada por 5 a 2, numa rodada dupla que antes teve Flamengo 3 x 0 Bangu. Os torcedores do rival que ficaram na arquibancada para secar o Vasco acabaram assistindo a um show de Dinamite.
Aos 11 minutos do primeiro tempo, o volante Caçapava fez 1 a 0 para o Timão, com uma bomba de fora da área. Mas a alegria durou pouco. Dois minutos depois, o artilheiro da noite roubou a bola de Basílio e bateu forte. 1 a 1. Ainda na etapa inicial, Roberto deixou sua marca mais três vezes. O segundo tento saiu em um chute certeiro da entrada da área. No terceiro, ele recebeu um lançamento de Guina e bateu no canto. No quarto, completou uma bola dentro da pequena área, na cara do goleiro Jairo. Com o placar de 4 a 1, Sócrates diminuiu de pênalti para os paulistas. Na volta do intervalo, Dinamite fez o quinto gol daquela tarde inesquecível.
Vasco 5 x 2 Corinthians
Mazarópi; Paulinho, Juan (Ivan), Léo e Paulo César; Carlos Alberto Pintinho, Guina e Edu; Wilsinho (João Luis), Roberto Dinamite e Catinha. Jairo; Zé Maria, Mauro,  Amaral e Wladimir; Caçapava (Djalma), Basílio e Socrates; Piter, Geraldo (Toninho) e Wilsinho.
Técnico: Orlando Fantoni. Técnico: Jorge Vieira.
Gols: no primeiro tempo, Caçapava, aos 11, Roberto Dinamite, aos 13, 27 e 39 minutos. No segundo tempo, Roberto Dinamite, aos 27, e Sócrates (pênalti), aos 42.
Árbitro: Carlos Sérgio Rosas Martins.
Local: Estádio do Maracanã. Data: 4/05/1980. Competição: Campeonato Brasileiro. Público: 107.474 torcedores.  


Retirado: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2011/03/meu-jogo-inesquecivel-idolatria-de-fatima-bernardes-por-dinamite.html

A Volta de Roberto Dinamite